domingo, 24 de agosto de 2008

Por que?


Eu andei pensando por que as pessoas insistem em envolvimento. Não é bem mais fácil evitar? Sem envolvimento não existe briga, não existe decepção, choro, tristeza, gente consolando. É simples, vai , faz o que tem que fazer e vai embora. Sem envolvimento. Audácia minha tentar descobrir porque as pessoas se envolvem? Melhor, pra variar, pensar em mim.

O real motivo porque eu me envolvo com as pessoas é simplesmente a possibilidade de fazer feliz. Fazer o outro feliz e deixar o outro me fazer feliz, abrir as portas da minha vida para o outro conhecer totalmente.Ou parcialmente. Depende de quem for o outro. Se for pra eu ME fazer feliz, eu vou no salão, faço compras, como chocolate ou danço a noite toda. A diferença crucial é a durabilidade dessa felicidade. Curto prazo,eu diria. A conta do cartão, as calorias e tal ressaca moral pesam mais.

No fim, a felicidade que eu proporciono para mim mesma é boa e essencial, mas não chega a 1 % da felicidade compartilhada. Aquela que me faz conversar com os mais diferentes tipos de pessoas. Pessoas que ,à princípio, não tem absolutamente nada a ver comigo mas que o tempo torna indispensável na minha vida.

O tempo que até nos torna insuportavelmente IGUAIS? O tempo que nos faz ver que as pessoas não mudam,feliz e infelizmente. Elas continuam fumando, matando aula, tendo ciúmes, gostando de Belo, sentindo saudades, esquecendo o bom senso e vergonha na cara em casa...

O tempo que me faz acreditar ainda mais que o meu grande ídolo estava certíssimo quando disse:
“Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho.”

Amor de homem-mulher, amor de amiga, amor de família. Amor que nos faz brigar, chorar, xingar, ter ódio, raiva e saudade no mesmo instante. Amor que te faz desistir de tudo, inclusive do amor. Amor que nos faz mover montanhas pra fazer o outro feliz.

Feliz como ninguém mais faz.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

não vale a pena ler.

Eu tô lendo três livros ao mesmo tempo, todos do Vinícius. Não é novidade que eu amo ele, é? Enfim, esperei que fosse me surgir uma inspiração lendo tanta coisa bonita. Doce ilusão. Fui no salão quinta passada e li uma revista inteira em meia hora, alternando as mãos pra não borrar o esmalte. Aí li uma coisa muito bonitinha e muito realista, que eu queria MESMO ter escrito. Aí resolvi misturar o que li com coisas minhas e saiu isso. Eu odiei, mas paciência, uma vez me disseram que pior que odiar o que escreveu é não deixar os outros odiarem quando lerem. Então tá, enjoy e odeie você também.

O homem ideal me dá colo mas não me faz dependente de seus carinhos e cafunés-ao contrário, me incentiva a transpor problemas e encontrar soluções. E ri da minha falta de capacidade pra esportes. Tem a rara habilidade de saber ouvir e dizer o que é necessário, bom ou a dura e intransponível realidade. Mas diz tudo com calma, escolhe palavras sem magoar mas ao mesmo tempo sem me enrolar. Compreende a diferença entre estar presente e fazer companhia e prefere ficar sozinho a estar de alma ausente. Liga quando eu menos espera, fala o que eu mais quero ouvir e me deixa com ele, mesmo quando está longe,o tempo todo. Não é prolixo, como eu sou, nem tenta impressionar, mas impressiona, por isso é deliciosamente verdadeiro, simples e interessante, além de me fazer me sentir inteligente/ignorante. Entende que preciso da sensação indescritivelmente libertadora de sumir por algumas horas para depois desejar estar de volta para ele. Ri da minha ansiedade e faz piadas com a minha (pouca) timidez. Não exige a todo instante meu lado risonho porque sabe, como sabe de tantas outras coisas não ditas em sentenças ou discursos, que os dias negros fazem parte de mim. O homem ideal só me dá bronca quando eu abuso da minha independência ou como chocolate demais e depois reclamo do peso. Compra sorvete light e evita discussões posteriores, além de sempre falar "você tá linda" quando eu reclamo. O homem ideal canta. Não precisa ser afinado, tocar mil instrumentos mas sussura canções que, num dia qualquer, descobrimos ambos gostar. Também bebe. Meio pinguço, é daqueles que ficam charmosos de matar com um copo de vinho nas mãos. Gosta de dormir junto mas não suporta ficar agarrado a noite toda. O homem ideal não considera fraqueza, mentira, covardia ou tem vergonha de dizer que ama. Vive regido por sua consciência e, impulsivo, assassina a etiqueta e comete atos passionais. E nem por isso deixa de ser ideal. O homem ideal é imperfeito, numa imperfeição exatamente igual a minha.