domingo, 30 de novembro de 2008

Inter peace.


Então é Natal...ou quase isso. E todo esse clima natalino de não brigar com as pessoas e de renovação de esperança volta a tomar conta dessa que vos escreve. Não sei se pela herança/trauma familiar de ter que tratar os priminhos bem senão "não ganha presente" ou se por eu realmente ter sentido que essa época do ano me traz algo bom. Nos últimos tempos, venho pensando bastante na tal "paz interior". Não sei definir o que é realmente, mas, pra mim, é aquela sensação de bem-estar, dever cumprido que só eu posso proporcionar a mim mesma. Andei procurando sobre isso e descobri que para se alcançar a paz interior é necessário, em primeiro estágio, o auto-conhecimento. Tá,admito não foi nenhuma descoberta fenomenal, mas me fez pensar. Até onde eu realmente me conheço? Eu sei que eu sou pisciana, pelo dia e mês que nasci, sei que sou perfeccionista ao extremo, determinada, obstinada e não tolero injustiças. Sei que tenho um metro e cinquenta e quatro e meio e vários quilos (mal distribuídos). Sei que ponho a mão, o braço e o corpo inteiro no fogo pelas pessoas que eu confio, poucas mas boas. Venderia a alma pelos meus pais e não falo palavrão na frente deles(o que parece ABSURDO e MENTIROSO,mas é verdade). Não sei exatamente qual é meu feriado favorito,sempre fico em dúvida entre a Páscoa e o Natal. Não sei a cor exata do meu cabelo. Não sei se continuo essa faculdade, não sei qual eu faria se largasse. Adoro velocidade, detesto enrolação. Sei inglês, me viro no espanhol e definitivamente não sei tailandês. Sei que viajo dia 20, espero que volte dia 10, mas nunca se sabe, né? Sei que dirigir cantando com o vidro aberto me faz muito bem, mas sei o perigo que gero pras outras pessoas. Sei que falo muito e rápido, sei que ando rápido e melhor de salto do que sem ele. Sei que prefiro peixe a carne, vinho a cerveja e coca light a normal. Não sei se roubaria se alguém que eu amo estivesse passando fome. Sei que eu tenho mais ou menos 265 pintas. Sei que sou mimada, faço dengo e manha mas sou muito mais macho do que muito homem quando precisa. Sei que amo o calor e o sol,mas estou aprendendo a gostar do frio. Sei que sou, lá no fundo, uma sonhadora incurável. Sei tudo isso e mais várias coisas, mas não me conheço por completo, talvez por falta de experiências, talvez por excesso. Mas me conheço até aqui, melhor do que ninguém. E você, até onde você se conhece?

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

várias conclusões confusas.

Eu sempre achei, ou acreditei,que o amor era capaz de me curar. Não digo esse amor de família ou o de amigos, digo amor homem-mulher. Eu sempre acreditei, no começo de cada "possível amor" que esse seria aquele que ia me curar do vício por sapatos, dos ataques de riso no meio da noite, das baladas sem nenhum propósito, da ressaca física e moral, de passar frio só pra exibir belas pernas na balada, das manias absurdas.Eu sempre acreditei que o amor, não me pergunte porquê, me curaria das minhas angústias, me faria parar de discutir com qualquer um que ache que a Capitu traiu o Bentinho,me traria um bom-humor eterno que me faria acordar com um sorriso estampado na cara mesmo as seis da manhã de um dia frio de Curitiba. Eu acreditava que o amor era capaz.
Eu acreditei nisso,pelo menos, umas 5 vezes. E nada. Esse amor tão intenso que nunca acabaria e que me faria esquecer, abstrair e até perder todas as minhas manias, meus problemas e meu lado "ruim" insistia em não se concretizar. Cheguei a cogitar a hipótese de que não era amor, de que o tal amor perfeito viria e então tudo seriam flores.
Então, desisti.
Desisti de acreditar que ALGUÉM iria me "salvar", passei a acreditar que isso era função pra mim mesma. EU devia parar de ler um livro em um dia só, EU devia parar de ser viciada em sex and the city, chocolate com amêndoas e sapatos. EU devia pagar minhas contas, dirigir meu carro, assumir as consequências dos meus atos. EU devia fazer planos pra mim.O único problema dessa filosofia auto-suficiente foi que eu passei a não esperar NADA dos meus relacionamentos, comecei a deixar acontecer. Já que eu mesma resolveria todos os meus problemas e a pessoa só pegaria a parte "boa", pra que colocar expectativas nela? Pra que acreditar que ela me traria algo diferente/bom/relevante?
O problema virou a solução.
Quando você deposita muita expectativa em algo, a chance de se decepcionar é imensa, quando você não tem nenhuma, o que vier, é lucro. Não, não tô dizendo pra todo mundo parar de ter expectativas. Expectativas são ótimas, mas quando são dentro da realidade. Esperar que outra pessoa faça algo por você que só você mesmo pode fazer,chega a ser história de conto de fadas. Como eu baixei as expectativas(falar que eu não tive/tenho nenhuma seria uma mentira deslavada, os que me conhecem sabem que eu sou do tipo dreamer),comecei a aproveitar mais. Percebi que as pessoas que se envolvem comigo não mudam propositalmente meus defeitos, muito pelo contrário, alguns nem acham defeitos e aproveitam que eu seja assim, mas eu me transformo sozinha, a partir do envolvimento. Não existe relacionamento, de qualquer tipo, que não te traga nada. Nem que seja uma decepção, nem que seja um "friend with benefits", "fuck buddy", algumas boas recordações, belos saptos e lições pra vida inteira. Cada um que passa na minha vida, pode até vir sem nada, mas jamais vai embora sem deixar nada e sem levar um pouco de Lígia pra si.
A verdade é que amar não é "construir" ou "reformar" alguém. Depois de tantos anos, eu entendi que amar é ter a liberdade de ser e se construir e se reformar por vontade própria. Amor é o que acontece por acaso, sem expectativas, por obra do destino,da própria pessoa ou pelos dois juntos. Amor é sentir que o outro é perfeito, não totalmente perfeito no sentido sem defeitos, mas perfeito pra você, mesmo com defeitos,manias e uma coleção de sapatos.(que nem é tão grave assim,tááá?)

=*