domingo, 28 de dezembro de 2008

Muitos pensamentos em uma língua que ninguém entende por aqui.

Eu sei que isso vai ser bom, que viajar, ficar longe de todos e principalmente dele vai me fazer bem. Eu ja tive medo das consequencias dessa viagem, mas agora acho que elas vão ser muuuito boas.

Aí ele diz pra eu voltar. Eu dou risada, finjo que gostei, mas não entendi se era pra lá,pra ele, pra algum momento. Talvez ele diga isso pra todas,né? Talvez. Não sei, ele não parece ser desse tipo, mas, isso é só minha opinião,entende? Ele não é o que eu acho que ele seja, pode até ser,mas ele é ele e eu estou cansada de tentar adivinhar isso.

Nossa, esse lugar tá uma bagunça. Nossa, eu tô uma bagunça. Ai, cala a sua boca,não tem ninguém te ouvindo, muito menos falando contigo. Mas você entende né? Eu sei que eu não devia estar pensando nisso, muito menos pensando nele, é óbvio que ele não tá pensando em mim. Ah, mas em pensamento se pode tudo, em pensamento e em sonho. Eu odeio quem censura os pensamentos, mas eu queria poder censurar os meus.

Será que isso é a campainha? Telefone? Seja lá o que for,parou.

Eu devia saber que tudo ia ser assim, eu não devia ter deixado acontecer, mas eu queria que acontecesse. Não era de hoje, você sabe. Cara,com quem eu acho que estou conversando? Por mais que tenha gente aqui, ninguém me entende. E também ninguém parece se importar. Bom, agora já foi, o que me resta é parar de pensar nisso, pegar outro chá e mais um muffin de blueberry e ir passear. Mas tá frio. Eu sabia que devia ter trazido minha bota preta. Talvez seja melhor comprar uma. É, parece que só a palavra comprar já me anima. Não sei fazer a conta de quantos dólares são 6000 nts. Acho que divide por 32 ou por 30, depende. DROGA. Ái, falei em voz alta.

Agora um chinês estranho me olhou e ,por um milagre, ele não sorriu. É engraçado, todo mundo sorri pra mim aqui. Principalmente os vendedores.

Eu resolvi parar de pensar no que ficou aí, resolvi começar de novo, resolvi que se eu estou longe do mundo, minha cabeça também deveria ficar. Pelo menos longe do meu mundo ou do mundo dele, do nosso, sei lá. Olha, tô pensando de novo. CACETE- falei em voz alta de novo.

"oi? você fala português?"

domingo, 14 de dezembro de 2008

Quantas saudades eu senti e de tristeza(e Dom Casmurro) vou vivendo...



Depois de ler quase três vezes Dom Casmurro, assistir a um julgamento meio fake da Capitu, assistir a um filme baseado na obra, assistir a uma minissérie sobre ela e ler "Quem é Capitu?"(indispensável pra quem ama Dom Casmurrro) eu conclui que de todos os personagens de todas as histórias que eu conheço, ela é minha favorita. Não sei explicar direito porque eu prefiro a Capitu à Cinderella, ao Bambi ou a Legalmente Loira, mas eu tenho uma teoria. Acho que eu e essa aí da foto e arrisco dizer TODA mulher, tem um pouco de Capitu. Aos que acham que ela traiu, não leiam mais. Obrigada pela visita. Aos que ainda têm dúvidas ou não acreditam na traição dela, continuem. Vou explicar por cima, não espero ninguém concordando. Primeiro, acredito nisso porque dou um braço dizendo que ela jamais traiu o Bentinho. Por que? Desde o início da história ele dá sinais de ser a pessoa mais insegura, psicologicamente perturbada e perdidinha e isso nitidamente aumenta, assim como a beleza da mulher dele, com o tempo e chega a enlouquecer o pobre Casmurro. Sendo uma militante fervosa da não traição, acredito que eu e essa bela moça, diga-se de passagem chamada Dona Elza, temos algo em comum com a Capitolina. Somos julgadas de forma errada, diversas vezes, por pessoas que fazem diferença para nós. Além de já termos provocados ciúmes em pessoas, sejam elas pais, irmãos, namorados. Talvez não na mesma proporção, talvez sim. Continuando meu argumento, nós duas já fomos elogiadas pelos belos olhos (os delas descaradamente mais bonitos e iluminados que os meus) e até na saída de um bar (minha xará não me deixa mentir) um louco veio me dizer que eu tinha os olhos mais bonitos do Paraná- "e olha que eu já andei nove estados". Não sei qual é o sentido dessa continuação até hoje,mas isso embasa minha teoria sobre nossos olhos elogiáveis. Talvez não de ressaca como os da personagem, mas igualmente bonitos. Também talvez não de cigana oblíqua e dissimulada, se bem que nós sabemos ser boas atrizes.Assim como Capitu, ficamos derretidas quando passam as maõs pelos nossos cabelos, meio morenos, meio loiros. Somos cativadas e cativamos nossas sogras a ponto de manter uma amizade com elas, mesmo quando não são mais sogras. Por último e mais importante, digo que temos um "que" de Capitu pela parte do livro onde Bentinho diz "Capitu era mais mulher do que eu era homem". Modéstia a parte, está no sangue. Dona Elza sempre foi mais macho que muito homem, assim como Ana Luiza,conhecida como a mamãe dessa que escreve e consequentemente eu e até a Rafaellinha já apresenta sinais. Vamos mais além mesmo quando acreditávamos que não seríamos capazes. E temos orgulho disso. Somos capazes, determinadas, mulheres de peito( sem piadinhas), chegamos a ser obstinadas. E temos um fraco por homens meio meninos, muito menos homens do que nós somos mulheres. (Por favor, não se ofenda se tu vieres a ler isso e já tiver tido algo comigo. É tudo culpa da genética, te juro. De qualquer forma, desculpa.) E assim sofremos falsos julgamentos, semeamos dúvidas e seguimos buscando o que nos move: amor. E é essa minha teoria. Não espero que concorde ou aprove. Só que perceba quando tiver uma mulher Capitu inside (isso ficou meio intel inside) e não deixe ela fugir, senão a saudade é eterna. Eu que diga.
(ouvindo cinquenta mil vezes Elephant Gun- Beirut, é da trilha da minissérie e vale muito a pena)
(eu sempre achei que o Bentinho tinha uma queda pelo Escobar, alguém concorda?)