terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Do you believe in life after love?



As fases do ‘pós-amor’ sempre foram e sempre serão discutidas na vida e principalmente no universo feminino e formas para superar aquele que te fez /faz sofrer sempre existirão, mas nada milagroso. Há quem prefira viajar, se internar sozinho em casa com vinho, cair na noite. Mas dizem que não há nada como um novo amor para esquecer um antigo. Particularmente, eu não sei até onde é eficaz. Até onde você consegue esquecer alguém com outro alguém. Pode ser que você se empolgue com a pessoa nova, ela não é nada do que você tanto detestava na antiga, se é que você detestava algo, come as coisas que você gosta, assiste aos filmes que você indica, lê livros, fala um inglês perfeito e ri das suas piadas. Mas pode ser que não, pode ser que você não consiga, que você procure no rosto novo as pintinhas do rosto antigo, que você escute músicas que te lembram, mesmo sem querer, a outra pessoa, você até sai, bebe, se diverte, escuta novas músicas, mas chega em casa, joga os sapatos em um canto e pensa no quão feliz estaria se fosse com a outra pessoa.
Não é justo, nem contigo, nem com o outro. Não é justo usar alguém para esquecer o outro alguém, iludir uma nova pessoa, que vai precisar de mais uma, talvez também iludida, pra esquecer de ti e assim formar um ciclo eterno de broken hearts. Mas mais do que isso, não é justo você se enganar. Vestir aquele vestido que nem você sabe mais se é você mesmo quem gosta ou se era ele. Usar aquele perfume que você acha que adora, mas se confunde com as lembranças dela dizendo “passa aquele perfume que eu gosto?” Não é justo ter que ficar bem sem realmente estar bem, Não é justo você ter que enxugar as lágrimas antes do tempo pra mostrar pra alguém ou pra você mesmo que superou.
Por isso, eu acredito em “fases pós-amor”.
A primeira, minha velha conhecida, consiste em tristeza, chocolate e pijama. Pode durar um dia, uma semana, um mês, depende principalmente das suas amizades que vão te resgatar achando que você morreu porque não atende o celular ou da intensidade do antigo amor, caso você não tenha amigos. (BRINCADEIRA). Na prática é fácil, vestir seu pijama quentinho e confortável, pegar PS: Eu te amo, Diário de uma Paixão ou qualquer filme que te faça chorar muito e se afogar em lágrimas, coca-cola light e chocolate com avelã. Não é saudável, mas essa fase é necessária, é um tanto Iemanjá falar e acreditar nisso, mas colocar toda a angústia pra fora,em forma de choro, ajuda e muito. Tanto quanto falar sobre isso, mas POR FAVOR, sem fazer contas de quantos anos faltam pra você se formar+ quanto tempo demora pra conhecer alguém legal + ter um relacionamento estável+noivar+casar = a sua idade avançada, sem tentar descobrir perguntas tão sem resposta quanto pra que serve Gestão da Informação, do tipo “Aonde foi que eu errei?”.
É tão necessária quanto a segunda fase, minha favorita, a fase ‘noturna’. Normalmente não dura muito, mas ninguém melhor que você para saber quando deve parar. É aquela de vestir aquele bom shorts que te deixa ‘interessante’, de beber um pouco além do que você pode, sair com os amigos animados(sair com gente tão deprê quanto você não dá, né?) e conhecer pessoas que você jamais vai encontrar de novo. Sem se importar se é quinta/terça/domingo ou sábado, mas POR FAVOR, evite lugares românticos (leia-se onde só tem casais apaixonados) ou possíveis encontros com o ex. Mas atenção: se você chegar em casa e jogar os sapatos pro cantinho pensando no outro, volte pra fase inicial. Pior ainda, se você chorar/ ficar deprimido no meio do bar, pegue um táxi e vá pra casa, volte pra fase inicial, mesmo que tenha que levar os amigos junto. Caso o plano “dê errado” e aquele que não deve ser nomeado (o ex) vier a ser encontrado, pense bem no que você sente e por favor, não fique hipnotizado por ele, secando sem parar a pessoa por onde ela andar, não xingue (barraco nunca é bom, né?) e tente não abrir o berreiro na frente dele. Principalmente se a pessoa tiver acompanhada. Em alguns casos, pode ser bom, você (em virtude do álcool ou na realidade mesmo) consegue dar um oi comportado, pergunta como ele está e continua aproveitando sua noite. Good job, você está recuperada (o). Mas como pode ser meio cedo para todos os mortais, melhor tentar evitar o encontro.
Depois da fase “trocar o dia pela noite”, a vida vai se encaminhando, algumas das pessoas que você acreditou nunca mais ver, aparecem, e se mostram mais interessantes do que você julgou no auge daquela tequila, seu trabalho começa a te enlouquecer, você precisa se matricular em pelo menos três optativas esse semestre, você começa a contar calorias pra perder aquelas que ganhou com tanto chocolate, você sai para tomar um vinho com uma amiga e já olha para os lados, já não repete tanto o nome dele, você vai jogar bola com os amigos, bebe cerveja e repara na morena bonitinha comprando cigarro, e quando você menos espera, encontra no meio de uma frase ou de uma atitude um “estou feliz novamente.”
Não é uma regra, não é geral, mas funciona para a maioria das pessoas,afinal, se a vida é feita de fases, por que a pós-vida, ops, pós amor, não pode ser? O ideal é respeitar seu próprio tempo, ouvir conselhos só quando estiver disposto, ir sempre na manicure (nada como uma tarde no salão pra renovar a auto-estima) e ser forte. Se tudo isso vier acompanhado do “amigo da amiga que é suuuper querido”/ “a gostosa amiga do meu brother do futebol” e realmente funcionar, ótimo,mas se não? Voltemos aos filmes e ao pijama.
Mas não se preocupe não há tristeza que dure eternamente. E como já me disseram um dia desses “o sofrimento é o intervalo entre duas felicidades.” Think about it.


P.S.: Juro que estou tentando fugir do tema recorrente(amor), mas ta difícil.
P.S. (2): Os vinte estão chegando, a sensação de “estar ficando velha” também, mas tudo passa com a lembrança de que o carnaval também está aí =)