segunda-feira, 1 de junho de 2009

Fairytales don't always have a happy ending, do they?

Tem dias que eu fico pensando o que aconteceria com as princesas se elas vivessem na realidade. Será que a Branca de Neve ia dormir o resto dos dias ou ia encher o saco de viver naquela caixa de vidro, cuspir a maçã fora, trabalhar, dirigir e levar os sete anões pra Disney com o dinheiro do décimo terceiro?Será que a Cinderela no meio do caminho pro castelo, já transformada em Gata Borralheira, se lembraria que pagou muito caro só na primeira, das três parcelas, daquele sapatinho e voltaria correndo buscar? Ou será que até hoje, elas, assim como muitas de nós, não estariam esperando o príncipe pra nos salvar?
Será que nós (IMPORTANTE: Por nós entenda-se, mulheres não tom pastel) apesar de toda a noção desse mundo não continuamos esperando o Príncipe? Será que lá no fundo de toda mulher não existe aquela vontadezinha de ser “resgatada”?
Eu? Eu sei o quanto eu gasto em sapatos, eu sei o quanto eu estudo, quantos km meu carro faz com um litro de gasolina, quanto eu posso beber pra não dar vexame. Eu sei que eu não abro mão das minhas expectativas e prioridades, que eu sei me cuidar sozinha, mas será que lá no fundo, eu não queria que o Príncipe chegasse logo, mas sem cavalo branco e roupinha olfashion e me salvasse de uma vaga apertada no estacionamento ou de uma dor de cabeça que não me dá trégua?
Acontece que ano após ano, nós (IMPORTANTE: Entenda-se nós por MULHERES EM GERAL, tons pastéis e não tons pastéis) somos bombardeadas com romances inatingíveis e homens impossíveis, desde o (tosco) Crepúsculo até (meu favorito e ai de quem falar mal) Sex and the City,todas as produções que envolvem romance contribuem para aumentar as expectativas das nobres representantes do sexo feminino, sem se importar com a idade. Isso só faz nossa expectativa de “como a vida deve ser” girar em torno de como nós brincávamos de Barbie aos 5 anos e como nós vemos, 15 anos depois, outras pequenas brincarem, da mesma forma. Se nós evoluímos tanto pessoal e profissionalmente, por que insistir nesse modelo de relacionamento?
Tudo bem, pra muitos pode não servir o “one night stand”, o ma-ra-vi-lho-so porém galinha, o Bavária (cerveja das amigas né? ahahaha) ou o bonitinho (muito) mais novo, mas com certeza, essa necessidade de ter um relacionamento estável com committed no Orkut e aliança no dedo não faz bem pra ninguém. Seguem meus motivos:

Motivo 1 – Qualquer affair vira potencial namorado se cumprir determinadas exigências. São elas: fazer faculdade (de preferência uma que revele a inteligência elevada dele), ser queridinho, bonitinho e confiável. Genericamente falando, óbvio, porque outras exigências são pessoais: não ser pedestre, não ser grude, não gostar de futebol, ser amor à primeira vista, comer comida japonesa, etc. Mas acredite, as exigências primordiais raramente mudam. Ou seja, sendo elas preenchidas, ta valendo.

Motivo 2 - Pessoas que optam por não estar em relacionamentos são taxadas de : vagabunda, biscate, “da vida”, galinha, cachorro, pegadora, etc. Injustiça enorme, principalmente, porque é feita por pessoas que gostam de cuidar da vida alheia e também não tem relacionamentos, mas daí por opção (dos outros).

Motivo 3 - Massificação e popularização da melhor desculpa de todos os tempos para não namorar alguém que você não quer : “estou focado (a) na minha carreira.” Há alguns anos atrás, funcionava. Hoje? Nem tente.

Motivo 4 – O dia dos namorados vira motivo de suicídio – para as fracas. Por fracas, entenda-se : meninas que adooooram sonhar que um dia o amor da vida, alma gêmea, que combina com ela em TUDO (Existe coisa mais chata do que combinar em tudo?) vai bater na porta de casa e pedir pra casar com ela, vai abandonar a vida de pegador pra ficar só com ela ou desistir do sonho de morar na Indonésia porque ela não curte.Ela vai chorar e comer três kg de doces no dia 12 assistindo “Um amor para recordar”. Para as outras, um motivo a mais para ir na Woods, já que é sexta-feira e só vai dar gente solteira.

Motivo 5 – A máxima “quem procura, acha” é a maior mentira. Quanto mais você procura, em mais lixo você se mete. Quando você relaxa, aparece. Experiência própria.

Não, eu não sou contra namorar, eu acho muito legal. O que eu não entendo, nem suporto, pra ser sincera, é essa necessidade de namorar que anda pairando por aí e esse modelo de namoro “fabricado”, onde os dois gostam das mesmas coisas, andam grudados e se chamam por apelidos “carinhosos” (não vou nem tentar entrar no mérito da questão).
Esse desespero que tomou conta de meninas (e ATÉ meninos, que decepção heim boys?) em arranjar alguém e viver nesses moldes. Nem é por “achar que está velho” ou por “se sentir sozinho”, mas só porque todos os seus amigos estão namorando, porque você gostaria de ganhar presente, ou qualquer coisa além do simples fato de gostar de alguém e “be loved in return”.
Claro que namorar é legal, claro que usar aliança é fofo e claro que ter namorado no dia dos namorados faz todo o sentido, mas pra mim, a graça está no jeito que o destino ou qualquer coisa desse tipo arranja pra fazer as coisas acontecerem. A graça está no perceber o quanto você gosta de alguém que até ficaria noiva (putacoisabrega). A graça está em perceber que no fundo, até as mais tons vibrantes, gostam de ser salvas de uma chuva que vai ACABAR com a escova, mas elas também adoram e só vão deixar ser salvas se elas também puderem te salvar em um dia que você não sabe chegar em algum lugar. (ou se a chuva estiver realmente forte e ameaçar os cabelos E os sapatos)

Se a Bela Adormecida acordaria com o próprio despertador tocando ‘Extravasa’ eu não sei, mas que ela (e todas nós) adoraríamos que fosse uma mensagem do Príncipe (nem tão príncipe assim, do melhor tipo malandro, SEEEEM CAVALO E SEM ROUPA JACÚ.Pela vigésima vez, se preserva, Príncipe!) da balada da noite anterior ao meio-dia (ligar às 8 da manhã também não há princesa que agüente),isso ela adoraria.

Afinal, por mais que com o tempo a gente se livre da vontade de ser princesa porque ser de verdade é MUITO mais divertido, sempre resta aquele sapatinho de cristal, a diferença é que a gente volta pra buscar, nos salvando sozinhas, com as amigas e com um pouquinho de sorte, com um possível príncipe.