sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Why Aiesec?

Foi meio sem querer, foi meio no impulso e ,admito, foi meio por raiva. Raiva dessa 'coisa' chamada Aiesec que agora roubava a minha melhor amiga de mim. Não sei exatamente por que, mas me inscrevi no Processo Seletivo em 20 minutos. Liguei o computador, sentei, escrevi meu currículo, me inscrevi. Fui na palestra, fiz dinâmica, me apavorei na entrevista. E aí? Aí veio a ligação...como não podia ser diferente, era ela, minha melhor amiga falando "VOCÊ FOI APROVADA NO PROCESSO SELETIVO DA AIESEC EM CURITIBA!" e um monte de gente gritando atrás. Foi intenso, chocante, inexplicável. Mal eu sabia que esse era só o começo.
Em um final de semana, me desliguei de tudo que eu conhecia como meu mundo e me vi rodeada das pessoas mais incríveis que eu já conheci, com os ideais mais bonitos (e parecendo absurdos) que eu já ouvi e com a maior vontade de fazer e ser a diferença. Por que eu estava entre aquelas pessoas? Por que eu ia me dedicar ao menos 10 horas semanais pra aquilo? Por que eu, que gostava mais de sapatos do que de animais e até de pessoas, ia me envolver em uma organização como essa?
Porque eu e a Aiesec temos algo em comum. Algo fundamental. Porque eu acredito na capacidade que a Aiesec tem de mudar a vida das pessoas, ou melhor, a capacidade que a Aiesec tem de FAZER AS PESSOAS MUDAREM SUAS VIDAS, elas mesmas, as pessoas ao redor, o mundo.
Eu acredito na transformação do mundo pelas nossas mãos, pelas nossas atitudes diárias, pela nossa vontade de ser diferente. A Aiesec nos dá a oportunidade de fazer tudo isso, todos os dias, cabe a nós agarrar essas chances. E aí é que mora o diferencial da Aiesec: as pessoas.
Nós que trabalhamos loucamente muitas horas por dia, 7 dias por semana, damos nosso melhor, montamos planejamentos, planilhas, googledocs. Nutrimos um amor profundo por cada flipchart de expectativas, metas, timelines. Nós que aprendemos algo novo todos os dias, falamos tantas línguas diferentes, estamos em mais de 110 países, vivemos tantas realidades diferentes, lutando por um objetivo comum, o que nós acreditamos: peace and fullfilment of humankind. Nós que ao fim de cada conferência, misturamos sorrisos e lágrimas por conseguirmos ver que nós somos capazes,que sempre dá pra fazer mais. Nós que sentimos o impacto da Aiesec na pele, no cansaço, no coração.
Por que Aiesec? Porque vale a pena se desafiar, vale a pena se arriscar e ir mais longe, vale a pena testar seus limites, vale a pena ser, viver e fazer a diferença. Você só precisa acreditar. It's up to you.

You may say I'm dreamer, but I'm not the only one. I hope someday you'll join us. And the world will be as one.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Daddy's girl.

Que injusto. Tava lendo tudo isso aqui e percebi que (além de eu postar muito raramente) pouco falei do meu pai. Além de injusto, é absurdo, porque eu e ele somos a melhor combinação cósmica possível. Podemos passar dias juntos que sentimos saudades no dia seguinte, podemos brigar e quebrar o pau por um dia, mas voltamos a nos falar e fazer doce, do tipo "você não me ama mais" só pra ter atenção.
O meu pai não é uma pessoa difícil de ser definida, talvez por ele não ser uma pessoa difícil. Aliás, como alguém que atende por "Tio Minas" pode ser difícil? Quem vê todos os dias de camisa social não acredita que ele pediu por favor pra ir duas vezes seguidas na Splash Mountain enquanto fazia 5 graus. Ou que comprou uma touca do Mickey no momento em que pisou no parque e usou por todos os dias. Quem vê falando sério, discutindo licitações e mediações e mil coisas que eu nem tenho idéia do que se trate, não acredita que ele negociou jade em Taiwan porque 200 NTs( algo tipo 10 reais) era muito caro por 35 (!) peças. E achou graça, riu durante toda noite e me zoa até hoje, porque me roubaram no troco e eu não consegui discutir pra reclamar. E riu mais ainda e achou ainda mais graça quando tentaram me comprar por camelo e petróleo no aeroporto.
É quase uma bipolaridade,o pai piadista que adora contar das épocas que ia pros jogos e o empresário bem sucedido que não queria que a filha única fizesse faculdade de moda. O pai que me ensinou tudo que eu sei de futebol porque queria um menino e que entende porque eu gasto 2 horas na Sephora em cada viagem.
Desde que eu me conheço por gente, é assim. Me abraça, me aperta, me oferece dinheiro pra cortar o cabelo curto, ama cozinhar e faz tudo que eu peço e se apega as minhas amigas tanto quanto eu. Desde que eu me conheço por gente, me dizem que o relacionamento que uma guria tem com seu pai molda os relacionamentos que ela terá durante a vida. Pensando até hoje, até que faz algum sentido.
Todos os meus flertes/namorados eram piadistas. Meu pai adooooora uma piada e faz questão de contar uma sequência pra todas as pessoas que ele encontra. (QUASE) todos eram nerds ou curtiam muito o que faziam da vida. Meu pai nunca tirou menos que 8 e acha um absurdo eu ter pego final no último semestre de faculdade. Todos curtiam beber. Hoje, meu pai não bebe mais, mas só pelas histórias que ele me conta, de verdade, Rafael do Polegar fica no chinelo. Todos amavam seus carros e times. Tudo que eu sei de futebol e carros, aprendi com meu pai. Pra tirar ele do sério, nunca consigo arranjar um atleticano. Ele responde, rindo "não dá uma dentro,heim Lígia? Mas paranista nem tem graça, não dá pra tirar sarro...pior se fosse coxa!".
Talvez as pessoas que dizem que os meninos casam com pessoas parecidas com suas mães e as meninas com seus pais estejam certas. Ou talvez eu só esteja acostumada com o melhor e não consiga me contentar com nada inferior. Se for a primeira opção, lucky me. Se for a segunda? Lucky me, porque ter um pai que além de tudo isso topa entrar no meu Baile de Formatura com "MARAVILHOSA,GOSTOSA, O CREME DO VERÃO..." já é a maior sorte do mundo.
<3